Em que pese a vasta e elástica definição de cultura, aqui se entende o termo como o cultivar, o alimentar, o desenvolver silencioso, porém contínuo da inutilidade, da banalidade, da trivialidade.
Sem qualquer esforço mental, sem mesmo apelarmos para os nossos sempre atentos estudiosos da sociedade, ou para aqueles que filosofam e se debruçam sobre os problemas do quotidiano, percebe-se um franco avançar rumo ao nada!
Basta que nos detenhamos um pouco sobre as chamadas redes sociais, que apesar de se prestarem positivamente a muito do que a sociedade discute, são também um verdadeiro canteiro de estercúlias, aquelas que brotam nas ilusões fétidas de mentes ocas, vazias e depauperadas.
Postagens supedaneadas na ilusão de quem jamais irá realizar o que afirma, ou ainda, afirmações que vão muito além da realidade de quem as faz, sonhos de quem gostaria de mudar sua realidade num passe de mágica, da noite para o dia.
Em particular, no tema relacionamentos, as estercúlias brotam ainda com muito mais tutano, muito mais robustas, e, evidentemente, muito mais distantes da realidade.
Aquela cujo casamento é um campo de batalha diário, de repente se queda lendo um ‘post’ que a transforma na mais feliz de todas as mulheres; aquele que se viu abandonado pela ‘amada’, repentinamente se arma com outro ‘post’ que lhe encoraja a partir para o ataque; a jovem cujos dentes reclamam tratamento urgente esconde-se através do mais belo sorriso, estampado no rosto postado de uma artista qualquer, e assim vamos nós!
Essa cultura do inútil, que afasta seus atores da realidade, terá sem dúvida sua contribuição, seu resultado e seus deslindes. Esperemos então, que consequência isso nos trará.
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Assinar:
Postagens (Atom)