segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Vitória da Coerência
Pela terceira vez o brasileiro foi chamado às urnas para decidir uma questão nacional. Desta feita, a proibição ou não do comércio de armas e munição, uma exigência do artigo 35, parágrafo 1º. da Lei 10.826, conhecida como Estatuto do Desarmamento.O Referendo em si, não tem nada de mais, é uma previsão legal da Carta de 1988, entretanto, o contexto em que ele se deu e a forma como se tentou impor ao país a decisão acerca de uma das questões mais profundas, a violência, merece uma reflexão.Próprio de um governo que se acostumou a pintar um Brasil irreal, onde o superávit econômico é usado para mascarar gravíssimos problemas sociais, como se o povo comesse números, a proibição da venda de armas e munição, seria, da forma como foi apresentada pelos defensores do SIM, a resposta à inércia do Planalto, que simplesmente não consegue oferecer segurança à população.Cercado de técnicos ocos, como, aliás, lhe é peculiar, o governo não foi capaz de admitir que apenas 3,5% da população brasileira possuem armas, fato que por si só, já derruba o argumento de que a violência vem das armas do povo.E de olho nas benesses que a proibição traria, principalmente em relação à imagem do Brasil no exterior, a “toda-poderosa” e lugar-tenente do regime militar, rede Globo, convocou estrelas de primeira grandeza para convencer o Brasil do SIM. Pasmem! Até seu Chico Buarque entrou nessa! Bastou ver que a vaca estava indo pro brejo, pra emissora do plim-plim, fazer de conta que a coisa não era com ela... Sumiram as estrelas!E o Rio de Janeiro? Um dos Estados mais violentos do Brasil? Acostumado a conviver com tragédias diárias, fruto da utilização de armas de fogo, as mais diversas? Não deveria ter votado em peso no SIM? Simplesmente 61,83% dos fluminenses disseram NÃO! E aí?E pra completar a lambança, o próprio presidente da República vem a público e diz que votou SIM. Direito seu, claro! Mas dadas as circunstâncias, teria sido muito melhor ter ficado calado e deixado esse mico para depois...O Brasil finalmente deu uma demonstração de maturidade, entendeu que não é a proibição do comercio de armas que irá acabar com a violência, a nação deu um recado claro ao governo e a todos quantos desejarem discutir a matéria: a violência é consequencia!Do quê? De tantas coisas... Baixa escolaridade, desemprego, ausência do poder público em áreas essenciais, como a segurança pública, etc.E só pra não passar em branco, aqui em Humaitá ainda teve gente batendo na porta de vereador, pedindo uma botija de gás, em troca do voto! Gente desavisada é claro, mas muito bem acostumada aos tradicionais modelos de eleição, que se vêem por aqui...
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