segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Quando será o amanhã?

A presença do Senador Gilberto Mestrinho, no programa político do PMDB, é emblemática e exige no mínimo, uma reflexão, notadamente pelos temas abordados pelo experiente “boto navegador”.Preocupado com o futuro da juventude amazonense, o “tri-governador” propôs um amanhã melhor, auspiciado pelo fim da ditadura militar e a conseqüente redemocratização do país.Escudado em figurinhas carimbadas da política nacional, como Pedro Simon, Renan Calheiros e o próprio Governador Eduardo Braga, Mestrinho, só pra não esquecer, defendeu um amanhã melhor para a juventude amazonense, valendo-se de imagens bem produzidas, com jovens devidamente orientados, falando textos previamente combinados e outros “milagres” que só a televisão pode fazer.Em um tom quase apelativo, como que antevendo o ocaso de um dos mais experientes políticos amazonenses, o programa do PMDB, fez um auto-elogio, lembrando suas lutas em favor de um país livre, democrático e, só pra não esquecer, que oportunizasse um amanhã melhor para nossa juventude.Pois bem, de Tancredo a Lula, o Brasil viveu anos de turbulência, registrou índices astronômicos de inflação, abriu suas fronteiras para o capital internacional, expôs suas vergonhas sociais através da ousadia da imprensa, testemunhou o crescimento e a influência do tráfico, gritou nas ruas e depôs um presidente, masturbou sua consciência, imaginando-se um dos muitos personagens de novela, ganhou mais duas copas, totalizando cinco estrelas no peito, contribuiu com os enormes índices de audiência dos BBB´s da vida, experimentou o “milagre” do Real e elegeu um capitalista travestido de sindicalista.E a juventude? A juventude continua esperando o amanhã melhor, utopia, aliás, que só tem servido para massagear o ego de quem, à custa do crédulo eleitor, continua se revezando no poder, sem nenhuma ou quase nenhuma preocupação, com o amanhã da juventude amazonense.Até porque, o amanhã de uma forma ou de outra, virá. Aliás, o amanhã, é o hoje que sonhamos ontem, quando imaginamos “um amanhã melhor”, que se revelou, aliás, hoje, com as mesmas dificuldades, os mesmos desafios e as mesmas desilusões, de quem acreditou que o amanhã seria melhor.Portanto, convém perguntar, quando será o amanhã? Ou, como será o amanhã? Não será difícil imaginar, sobretudo se o amanhã depender das velhas e boas promessas nas quais eu acreditei há vinte anos, quando tinha 20 anos, e acreditava que o amanhã seria melhor.

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