segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Humildade ou Competência?
Essa vem da edilidade local, que em uníssono proclamou as virtudes do novo colega de Parlamento, alçado àquela condição, graças a interesses que só o tempo, senhor da razão, revelará.Com frases feitas e sob a comoção do momento, o dito cujo foi cantado e decantado, como o “homem do povo”, “homem simples, humilde”, “gente boa, cheio de boas intenções”, “gente desse tipo é que precisa estar assumindo uma cadeira” e outros “tro-lo-lós”, aliás, amiúde conhecidos.E que mal há nisso? Que pecado há em ser reconhecido como um homem humilde? NENHUM! Absolutamente nenhum, não fosse a vinculação ao fato de que “ser humilde” é condição sine qua non, para ser um vereador de verdade! Como se o fato de “ser humilde”, fosse um atestado de honestidade, seriedade; um antídoto à corrupção.Há que se desfazer com urgência, o senso comum de que ser materialmente desprovido, ter “personalidade de cordeiro” ou ser intelectualmente raso, sejam requisitos e condição para o efetivo desempenho das reais funções da edilidade.Ser manso e humilde de coração é preceito bíblico, que todo homem deve perseguir em sua trajetória de vida. Entretanto, a gestão pública eficiente, a consecução de atividades que realmente visem ao bem comum e os interesses da coletividade, exigem conhecimento técnico, sim; experiência em gestão pública, sim.Aliás, resgatando o bom e velho Platão, o governante deveria ser “rei-filósofo”, isto é, o gestor tem que ter conhecimento de causa, saber movimentar-se na intrincada teia em que se configura a gestão pública, etc. Como legislar e discutir questões como Plano Diretor, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Plano Plurianual, Orçamento, dentre tantas outras matérias que exigem o crivo da vereança? Como debater questões recorrentes como soberania da Amazônia, meio-ambiente e temas específicos como a garimpagem no Madeira?Não se defende a presença de especialistas, Oxalá assim o fosse! Todavia, um mínimo de conhecimento, é sem dúvida condição imprescindível para essa atividade, condição sem a qual, indubitavelmente, o legislador fracassará, e, por falta de assunto, continuará no “tro-lo-ló”, “blá-blá-blá”, etc.E aí? O que é melhor? HUMILDADE OU COMPETÊNCIA? Naturalmente, as duas coisas. Nem pra lá, nem pra cá! O competente pode tropeçar na própria arrogância e o humilde na retórica distorcida e na falsa idéia de que o “humilde” será necessariamente um bom governante, um bom legislador.
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